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10 junho 2018

Há pormenores que vão acontecendo na nossa vida, escolhas que vamos fazendo e caminhos que vamos tomando sem nos aperceber que há significado em cada detalhe. Vendo de fora, encarando a minha mesa à refeição, eu sempre tive um prato diferente, especial, diga-se, era um prato fundo para comer, sempre. Isto porque gostava de fazer uma 'cama' de salada e, só por cima, colocar a comida. Fui comendo sempre assim, nestes pratos mais de sopa do que do segundo prato e fosse algo muito saudável ou muito «gordo» acabava sempre por comer todo um prato sobretudo porque a cama de salada escondia a imensidão de comida, fazia parecer uma base e com que tudo o resto parecesse pouco e inofensivo, mas não era. Por mais «enfartada» que estivesse ou, melhor dizendo, saciada, não era capaz de deixar o meu prato com comida, era impensável. Esse pormenor de eu ter um prato diferente à refeição reflecte-se muito na balança e um dos passos importantes foi passar a ter um prato normal, afinal de contas é só mais uma refeição e desde que estou a respeitar os horários certos para comer que passei a sentir-me cheia facilmente e mesmo sem qualquer vontade de acabar tudo ou de repetir. De repente a resposta ao "Queres mais?" passou a ser facilmente respondida com um "Não me apetece" sem me sentir com pena disso. Hoje consegui dizer que não a chocolates Raffaello. Não era um bombom que iria estragar tudo, mas se não sentia vontade, se não sentia sequer desejo, para quê dar isso ao meu corpo? Ele não me pediu.
Espero, entretanto, não sentir vontade de ir ao armário. Neste momento estou sozinha em casa e resolvi escrever e ir adiantar uns trabalhos de forma a estar tão concentrada e não começar a circular pela casa a ver o que se pode trincar. Já proibi a minha mãe de me enviar encomendas gulosas nos próximos tempos, agora fartura só no Natal que uma pessoa não é de ferro!
Apesar de adorar o fim de semana, confesso que a semana no trabalho me ajuda muito mais a controlar tudo, em casa há sempre mais tentação e 'conforto', mas fui capaz! Ontem depois das compras para casa não tinha qualquer vontade em ainda ir cozinhar e havia rissóis e coisas dessas do almoço das pessoas em não-dieta cá de casa. Mas arregacei as mangas e fui fazer um arrozinho cremoso com legumes e salsa e salteei miolo de camarão em especiarias. Uma delícia e nem demorou tempo nenhum. Um truque que agora tenho é de cozinhar MESMO pouco, para dar especialmente para aquela refeição e ir logo guardar tudo para não fazer nada a mais... Porque já sabem, eu e o que sobra... temos um problema.
Bom domingo a todos!

09 junho 2018

Barometrofobia, eu? Não, é só... receio!
Nunca me lembro de ter subido para uma balança a subir, eu nunca quis ir pesar-me só porque sim, a única altura em que o fazia era quando tinha que ser. Lembro-me perfeitamente que cá em casa sempre houve uma balança na casa de banho, perto do lavatório. Eu subia várias vezes mas nunca deixava o ponteiro avançar, era um género de «toca e foge», saindo de imediato da balança sem perceber, na realidade, quanto pesava. Na escola lembraram-se de criar aquelas provas irritantes em que era obrigatório medir, pesar e fazer alguns exercícios específicos. Eu sempre gostei de Educação Física no geral, mas só de desportos como futebol, rugby, voleibol, ténis e badminton (era muito activa, era daquelas gordinhas que participava em tudo, em torneios sem ter medo! E até que me ajeitava bem) Mas depois havia ginástica... dança..... aquelas coisas que me fazem sentir a pessoa mais desajeitada e pesada do mundo, na verdade eu só tinha jeito para as coisas em que se podia ser mais 'bruta'.
Então, desde que começaram a implementar essas tais provas físicas eu tentava arranjar mil e uma formas de conseguir passar despercebida na hora de pesar, mas ainda por cima, como se já não fosse péssimo eu ver ali espelhado o número que me assombrava, era sempre um engraçado que pedia logo para apontar o peso e dizia tudo em voz alta "Ai que fixe, 77 kg!" E eu ali perdia sempre um bocadinho de auto estima e ficava a pensar nisso durante uma semana. Honestamente agradeço o facto de ter tido sempre colegas bons, nunca senti aquele «bullying» que sei que tantos sofrem. Acho que eu nunca me defini propriamente pelo peso, eu era mais a rapariga engraçada, a que fazia piadas, a que punha todos a rir. Mais tarde passei a ser «a que tem o caderno sempre bem passado, a melhor dos resumos, a que era boa aluna» enfim, tantos «rótulos» mas nunca me senti propriamente «a gorda» sobretudo porque para mim ser gorda ou ser magra ainda era um bocado indiferente na forma como eu me via, não gostava de ter tanto peso porque me sentia um pouco diferente dos que estavam à minha volta, mas só depois dos dezasseis, acho, é que comecei a deixar que o peso influenciasse mesmo de forma significativa a minha vida, a forma como me passei a vestir (esconder, disfarçar qualquer pneu), aí é que começou a «dieta do tomate», a «dieta do x e do y» o «jejum», a «dieta da privação e comer este mundo e o outro ao fim de semana). Ai, já me estou a desviar do assunto das balanças... É que nota-se mesmo que tento fugir delas em qualquer contexto, não é? Bem, nunca gostei de me pesar e em qualquer conversa sobre peso, eu fugia. Aliás, alguém que me perguntasse a altura (eu sou muito baixinha, é uma pergunta que recebo várias vezes...) eu pensava logo que em seguida vinha o peso, então fugia antes! Ora eu sinceramente nunca disse o meu peso a ninguém do nada, nunca respondi a essa pergunta fosse a quem quer que fosse. Os meus pais vivem num outro país e sempre que chegavam cá a casa, desde pequena, o meu pai reparava sempre se eu estava mais ou menos forte e vinha logo a questão derradeira "Quanto é que pesas agora?". Pai?! Por favor, isso não se pergunta a uma filha. É uma falta de respeito. "Só quero saber para teu bem." E eu ia comer um chocolate para esquecer a pergunta. Na fase das dietas da estupidez e idade da parvoeira eu ia logo comprar uma balança das digitais e pesava-me todos os dias, várias vezes. Era logo ao acordar e apontava, era depois do exercício (Porque achava que correr até ao centro da vila era equivalente à meia maratona), era depois do almoço para perceber se tinha comido muito (Posso voltar aos meus 16 e dar-me uma estalada pela quantidade de vezes que fiz isto?) E era antes de dormir... E depois, quando me fartava de tudo, a balança desaparecia novamente da minha vista e voltava a ficar o ano inteiro sem subir a nenhuma, até tremia. Há pessoas que tremem ao ver agulhas, enquanto que eu vou dar sangue e fico a ver tudo orgulhosa e se me aparece uma balança as minhas pernas tremem como varas verdes. E agora? Agora pesei-me no tal dia 5 e desde então estou a tentar definir um dia para me pesar. Daqui a 15 dias? 1 mês? Vou andar ansiosa com isto então é melhor esperar pela nova consulta? Alguém me ajude? Enfim, boa noite!

08 junho 2018

Trabalhar numa profissão que exige que fiquemos a maior parte do tempo sentada é muito complicado para mim porque sinto sempre que estou 'cheia'! Sentem isso? Um dos principais erros que cometia era simplesmente ir deixando passar as refeições porque não sentia fome alguma e assim que chegava a casa dava-me uma fome descontrolada!
A minha médica 'obrigou-me' a colocar despertador no telemóvel de forma a comer sempre que ele tocasse para assim nunca ficar mais de 3h sem comer e claro, comer pouco de cada vez. Acreditam que em poucos dias já senti diferenças? Agora pareço uma espécie de relógio. O nosso corpo é mesmo nosso amigo, é uma máquina verdadeiramente inteligente porque responde ao que nós fazemos dele. Agora habituei-o a comer pouco de cada vez e mais vezes do que era costume e sinto fome sempre que são 'horas' e basta o iogurte líquido das 17h30 para eu chegar a casa sem vontade de ir atacar logo o que a minha avó tinha feito para o almoço (e olhem que ela hoje fez panados daqueles deliciosos e eu resisti...) A minha casa, a minha família é toda adepta de uma boa mesa, de um bom prato e tudo é motivo para colocar uma mesa. O tio que veio da outra cidade? Um lanche com bolos e biscoitos já! A prima vem jantar? Vão já tratar de fazer três pratos diferentes e colocar a mesa cheia. Os domingos não são domingos se não se sair da mesa por volta das 15h, com direito a sobremesas. A minha família é assim e eu sei que os hábitos e o modo de vida das pessoas à nossa volta tem muita influência, sobretudo para mim que tenho uma relação amor-ódio com a comida e tenho que lidar tantas vezes com ela. E morremos de medo da pergunta: "Queres mais um bocadinho?"
Não...... (enquanto fico a olhar fixamente para a torta de morango).

07 junho 2018

Falei um pouco sobre o meu verdadeiro problema e agora gostaria de contar mais sobre o que realmente aconteceu no dia 5 de Junho e porque foi aquela consulta tão importante. Já estava à espera daquela consulta há cerca de 8 meses. Já tinha procurado nutricionistas e pessoas das áreas envolventes, mas nunca tinha conseguido obter a verdadeira ajuda de que tanto precisava. Eu não quero arranjar truques para ter menos fome, nem deixar de ter coisas «gulosas» à mostra com medo de cair em tentação, eu quero simplesmente é desligar o lado emocional que tenho com a comida, de deixar que ela tenha poder sobre mim, de ser eu a controlar perfeitamente tudo o que quero e não quero, de entender o que não me faz bem e não querer comer mais do que aquilo que chega para saciar o meu corpo. O que quero realmente é passar o dia sem ter que pensar em comida vezes sem conta, sem ansiar por uma refeição com direito a tudo, sem estar sempre com vontade de ir para a cozinha fazer novos pratos o mais saudável possível, comer um pedaço de qualquer alimento e saber o número de calorias quase com total precisão... Saber tudo pelas pesquisas imensas que fiz ao longo da minha vida, por me ter privado tantas e tantas vezes das coisas e num só dia voltar atrás... Quero emagrecer novamente e desta vez não me perder por achar que «só um dia não faz mal». O que quero realmente é viver a minha vida normal e a comida ser apenas encarada como algo banal e não ter tanta importância em mim porque não é assim que deve ser.
E esta consulta foi diferente... em tudo! E espero que ajude alguém que possa precisar do mesmo tipo de ajuda do que eu.
A consulta é de Endocrinologia e eu li muito a respeito, mas o melhor é irem sem qualquer expectativa, uma vez que cada profissional é diferente e eu sinto-me com sorte de ter encontrado uma médica tão acessível e compreensiva. Uma médica que me fez perguntas diferentes e tentou perceber o que é que eu sentia sobre tudo e não simplesmente ter dito "tem que emagrecer, tem imenso peso!" como me diziam até em consultas gerais.
Ali foi diferente, a médica foi diferente. Desabafei e, de repente, parecia que ela entendia tudo, que estava mesmo dentro da minha cabeça. Para além de me recomendar imensos exames (alguns que faço regularmente, outros completamente novos) de forma a perceber se existe qualquer factor que possa influenciar o meu aumento de peso ou a dificuldade em perdê-lo. Com algumas perguntas, a médica percebeu que posso ter um desequilíbrio hormonal e para isso irei fazer também imensos exames (todos em setembro).
Passei posteriormente para uma sala de enfermaria onde me mediram, pesaram e avaliaram as percentagens de gordura, gordura visceral, água, massa muscular e todos os valores importantes para a saúde.
O meu peso é muito mais do que aquilo que qualquer pessoa me dá e agora descobri o porquê. Para além de ter uma grande % de gordura, tenho uma % enorme de massa muscular. A médica disse que tenho que aproveitar isto em meu benefício, ora no meu caso só preciso de perder gordura! E não ter todo o trabalho em transformar a gordura em músculo porque por estes lados já há imensa!
A gordura visceral é o valor que eu tinha maior curiosidade em conhecer, uma vez que é a gordura que está em contacto com os órgãos e ela até pode proteger os órgãos em quantidades aceitáveis, mas quando começa a acumular é altamente prejudicial. Por toda a informação que eu encontrei até ao nível 12 é considerado saudável, eu tenho nível 13. Um número que me assustou muito, devo dizer. Fez-me pensar e repensar mil vezes na vida que quero daqui para a frente, ainda sou demasiado nova e não quero chegar a ter problemas graves causados por mim!
Segundo a máquina onde me pesaram o nível saudável só é considerado até ao 9, fazendo do 13 um número ainda mais feio. Há que mudar isso. A minha maior intenção é essa.
Depois da consulta com a nutricionista onde me fizeram um plano muito fácil segundo a roda dos alimentos e sem nenhuma das 'modas' que eu fui adoptando desde o «low carb», o 'tudo versão integral' e foi bom perceber que os planos não precisam de ser 'os famosos de hoje em dia' mas voltar sim às coisas mais óbvias e antigas, ao respeito das porções, à inclusão de todos os grupos, de forma moderada.
Por último, o que me fez ainda mais feliz, é o facto de passar a ter acompanhamento psicológico com um psicoterapeuta da área dos distúrbios alimentares. Acho sinceramente que fazia falta a muitas pessoas que tentam diversas maneiras combater as compulsões alimentares, os distúrbios, a ansiedade, o nível de ligação emocional, a dependência com a comida... E podem tentar tratar a raiz de todos os problemas: a nossa mente. Porque a nossa mente é, sem dúvida, o nosso maior inimigo. Estou muito ansiosa pelas consultas com o psicólogo e espero sinceramente que tudo dê certo. Mais novidades em breve.

06 junho 2018

Já comecei e recomecei esta minha luta vezes sem conta, mas os resultados que consegui rapidamente se perdiam e voltava aos mesmos hábitos de sempre. Fui engordando sem dar por isso, achando sempre que não era nada de preocupante e assim fui continuando. Devo dizer que comecei a ter em conta todos os alimentos que cozinhava e ingeria, comecei a educar-me e a disciplinar-me de forma a consumir o mais saudável possível e a verdade é que eu gosto de comida «do bem» e sempre fez parte dos meus pratos um número bastante convidativo de legumes e saladas, os «verdes», mas o pior era que depois de todas as coisas boas acabava por estragar todo o empenho e dedicação quando os meus olhos se deparavam com uma taça de gelado, um bolo apetitoso cheio de açúcar. É certo que de vez em quando são coisas que não fariam assim tanta diferença, mas no meu caso faz... Sobretudo porque não consigo controlar as colheres de gelado ou as trincas no bolo e o «bocadinho» como de um quadrado de chocolate não fazem sentido para o meu corpo e pede-me sempre mais, mesmo que esteja saciado só entende que o está quando vê o pacote terminado. E depois? Depois surgem os medos, a angústia, o remorso, a culpa e por fim surge a promessa de que amanhã seja diferente, de que amanhã será tudo saudável e limpo. Mas nunca acontece. E já fui a algum profissional? Algum nutricionista? Sim, imensas vezes e a vários. Nunca consegui gostar de verdade de nenhum porque senti que nunca me entenderiam. Receitava-me sempre medicação para perder o apetite quando o meu problema nunca foi sentir fome, mas sim vontade de comer. Nunca senti que me fosse realmente prestada alguma ajuda pois raramente entendiam os meus desabafos e achavam que simplesmente ia para casa inundar-me em litros de refrigerantes quando isso nunca acontecia dessa forma. Eu não sou um 'monstro devorador', até parece que nem como tanto assim e muito menos coisas gordurosas e 'más', o problema são os impulsos que acontecem mais do que aquilo que deveriam acontecer e quando acontecem acabo por estragar em meia hora o resultado de 3 dias, por exemplo. É esse o meu problema. E manter? Manter custa mais ainda. Já consegui perder peso sozinha, mas nunca consegui manter. É a típica história de guardar calças de ganga maiores numa gaveta por saber que acabaria por ter que voltar para elas, e voltei... Neste momento estou dois números abaixo das 'calças grandes' da minha gaveta e tenho conseguido manter-me neste patamar o que me faz sentir um pouco 'feliz' no meio da tristeza que sinto quando me olho ao espelho. Se gosto de mim? Às vezes sim, mas outras não. E não é pelos outros, é por mim. É quando entro numa loja e sinto que é tudo feito para corpos mais pequenos e elegantes. É quando me quero sentir bonita e arranjar-me e parecer que nada me serve, nada fica como deveria ficar. Mas é sobretudo não ver no meu reflexo aquilo que eu sinto que sou por dentro. Sinto-me sempre cheia de vida e energia. Faço e aconteço! Arrumo a casa, cozinho, trabalho, tenho o namorado mais querido do mundo, cuido do meu sobrinho de um lado e mimo a sobrinha do outro, tenho mil e uma ideias, sou apaixonada, vivo intensamente as coisas, sempre fui boa aluna e interessada, sou uma 'casa cheia' para a minha família, a que trata e faz de tudo, que coloca para cima quem está a passar um dia mau, quem tem sempre tudo organizado e uma agenda apetrechada. Sinto que sou uma mulher de armas, de força, daquelas que já passou por muita coisa e é capaz de quase tudo! Por isso... Eu quero muito mudar o meu corpo e não é por tudo aquilo que falei, mas sim porque esta consulta no dia 5 de Junho mudou-me completamente e deu-me força. Senti que já não é sequer saudável. Vou combater esta percentagem de gordura e lutar para ser o mais saudável possível e viver o mais que possa nesta vida que tanto adoro.
Peso: Perdidos até agora: Ainda faltam: Dieta cumprida:
111 kg 0 kg 51 kg Não Aplicável


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