Da saga "lá estás tu, João":
CONTEXTO E OBJETIVOS:
O consumo de açúcar está associado à obesidade, diabetes mellitus tipo 2, doença hepática gordurosa não alcoólica e doença cardiovascular. A conversão de frutose em gordura no fígado (lipogénese de novo [LDN]) pode ser uma via patogenética modificável. Determinamos o efeito de 9 dias da restrição isocalórica da frutose na LDN, gordura hepática, gordura visceral (GV), gordura subcutânea e cinética da insulina em crianças obesas, latino-americanas e afro-americanas, com alto consumo habitual de açúcar (consumo de frutose > 50 g / d).
MÉTODOS:
41 crianças dos 9 aos 18 anos, fizeram todas as refeições durante 9 dias com a mesma composição energética e de macronutrientes da dieta padrão, mas com amido substituído por açúcar, produzindo um teor final de frutose de 4% do total das kcal. As avaliações metabólicas foram realizadas antes e após a restrição de frutose. A gordura hepática, a GV e a gordura subcutânea foram determinados por espectroscopia de ressonância magnética e imagem. A área fracionária da LDN sob o valor da curva foi medida usando marcadores isotópicos estáveis e cromatografia gasosa / espectrometria de massa. A cinética da insulina foi calculada a partir de testes orais de tolerância à glicose. As análises pareadas compararam a mudança do dia 0 ao dia 10 em cada criança.
RESULTADOS:
Em comparação com a linha de base, no dia 10, a gordura no fígado diminuiu de uma mediana de 7,2% para 3,8% e a GV diminuiu de 123 cm3 para 110 cm3. A área da LDN sob a curva diminuiu de 68% para 26%. A cinética da insulina melhorou. Essas alterações ocorreram independentemente da gordura hepática basal.
CONCLUSÕES:
A restrição isocalórica da frutose a curto prazo (9 dias) diminuiu a gordura hepática, a gordura visceral e a lipogénese De Novo e melhorou a cinética da insulina em crianças com obesidade. Essas descobertas apoiam os esforços para reduzir o consumo de açúcar.
Link para o ensaio clínico: https://bit.ly/3baAJvI
