É verdade que para nos cetoadaptarmos é necessário reduzir o consumo de hidratos e aumentar a gordura e a proteína. Podes estar a pensar “isso não é o mesmo que fazer cetogénica e estar em cetose?” A resposta mais correcta é: a cetose e a cetoadaptação são duas coisas diferentes.
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O QUE É A CETOSE? É um estado metabólico em que o nosso corpo converte os ácidos gordos em cetonas para usar como energia. Quando as reservas de glicose estão esgotadas, o corpo recorre às cetonas libertadas no sangue como fonte de energia. A cetose é induzida pelo consumo escasso de hidratos de carbono e pelo jejum; acentuada com exercício físico e um maior consumo de gordura (em especial triglicéridos de cadeia média).
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PODEMOS ESTAR EM CETOSE SEM ESTARMOS CETOADAPTADOS? Sim. Geralmente isto acontece no período de transição para uma dieta pobre em hidratos, acompanhado por sintomas de apatia, dores de cabeça, etc. Começamos a ver as diferenças no corpo - principalmente a diminuição do peso e/ou volume, mas é preciso ter paciência, nomeadamente no que toca ao tema da prática de exercício físico: é frequente ouvir testemunhos de pessoas que desistem precocemente, queixarem-se de que não tinham energia nenhuma para treinar quando mudaram para low carb. Estar em cetose implica glicemias mais baixas e o corpo (e o cérebro!) precisa de tempo para se desapegar do açúcar e reaprender a usar as cetonas de forma mais eficiente e por isso é comum sentirmo-nos mais ‘apagados’. Esta é uma das razões pela qual eu recomendo a diminuição da intensidade dos treinos durante a adaptação, particularmente em exercícios de força porque a performance decai, antes de melhorar. É normal ainda sentir o desejo pelo açúcar - o que varia muito de pessoa para pessoa pois é um processo que tem muito a ver com os hábitos e com o grau de dependência de cada um.
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O QUE É A CETOADAPTAÇÃO? Estar cetoadaptado é um estado menos efémero e seguramente mais complexo. Significa que o corpo queima gordura como combustível mesmo que possa não o fazer também. O melhor exemplo que me vem à cabeça é um carro híbrido. O motor de um cetoadaptado consegue facilmente alternar entre o combustível do açúcar e o da gordura. Um cetoadaptado pode não estar em cetose e regressar rapidamente a esse estado. Quando estamos cetoadaptados, há alguns sinais empíricos que se manifestam: 1) a profundidade e clareza mental (via aumento do Ácido gama-aminobutírico, ou GABA em inglês); 2) estabilidade dos níveis de energia ao longo do dia e sinalização da saciedade mais real ("bye bye insulina" e "ora viva leptina") e 3) treinar em jejum deixa de ser um pesadelo e passa a ser uma surpresa!

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Comentários  
João, no meu caso que peso 47kg, e dado que continuo a consumir hidratos, principalmente de legumes e frutas, qual deveria ser o mínimo de gramas, assim, aceitável, para alguém no meu estado? É possível pensar nesse valor? 
05 jun 20 por membro: Fiona Cristina
Não para entrar em cetose. Para ser um mínimo possível para quem não quer abdicar dos hidratos na totalidade, mas também não quer exagerar no consumo. Assim, um máximo aceitável para quem assume que deve ingerir o menos possível, mas não zero hidratos. Tipo 20 g, 30g, 40 g? Faz sentido? 
06 jun 20 por membro: Fiona Cristina

     
 

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