A pele é o maior orgão do corpo humano. Está na altura de prestar atenção aos sinais. Ou de pelo menos os nossos médicos o fazerem.
Os pólipos cutâneos (ou acrocórdons, ou ainda fibromas moles) são pequenas 'bolinhas de carne' e são tumores benignos, totalmente inofensivos e fáceis de remover, de cor ligeiramente mais escura que a pele. Estudos recentes indicam que, para além da predisposição genética, existe uma ligação directa entre estes 'sinais' e o síndrome metabólico (obesidade, hiperinsulinemia, resistência à insulina, pré-diabetes e diabetes T2).
Deixo aqui um excerto do estudo "Manifestações cutâneas da resistência à insulina: de uma posição bioquímica a um diagnóstico e tratamento clínico" (https://bit.ly/2rQu5Ko) que achei deveras interessante!
"O acne (que clinicamente se manifesta em lesões inflamatórias na área mandibular, pescoço, tórax e parte superior das costas) é outra característica da resistência à insulina e hiperandrogenismo (um distúrbio comum em mulheres em idade fértil caracterizada por níveis elevados de hormonas masculinas como a testosterona) no Síndrome do Ovário Poliquístico (PCOS), e coexiste em 15-25% das mulheres com PCOS. Pacientes com acne geralmente exigem níveis mais elevados de glicose e insulina sérica, bem como resistência à insulina e a sua associação é reconhecida há muito tempo. Curiosamente, em pacientes com acne vulgar, a desnutrina, também chamada de lipase triglicerídica adiposa (ATGL), foi encontrada como baixa e com uma correlação positiva com os valores de insulina e HOMA-IR (Avaliação do modelo homeostático para resistência à insulina). Num determinado paciente, a hiperandrogenismo promoveu o aparecimento de comedões (os famosos cravos) através do aumento do tamanho das glândulas sebáceas o que resultou num aumento da produção de sebo e consequentemente, uma anormal queratinização (transformação das células das camadas profundas da epiderme em células do extrato córneo, a camada mais superficial da pele)."
E ainda, a conclusão:
"A resistência à insulina (RA) é uma característica bioquímica da obesidade e é um dos principais mecanismos fisiopatológicos subjacentes à diabetes e aparece anos antes do seu diagnóstico clínico. O diagnóstico preciso da RA é complexo e invasivo. No entanto, as manifestações cutâneas oferecem uma forma fácil e confiável de a detectar. Os médicos devem sempre lembrar-se de que esses mesmos problemas podem esconder um desequilíbrio metabólico, que possa implicar que o paciente esteja em risco ou já tenha diabetes. Paralelamente, os médicos devem agir avaliando o status metabólico dos seus pacientes, e se necessário, aconselha-los a mudar de hábitos, nomeadamente a ter mais cuidado com a alimentação, a praticar exercício físico, não fumar e perder peso."
Deixo ainda um video do Dr. Ken Berry sobre o tema: https://youtu.be/8AqlZK2TxZA
NÃO É MANIA DA PERSEGUIÇÃO! O consumo crónico e exagerado de açúcar em todas as suas formas, é tóxico para o nosso corpo.
