Jornal de joaofran80, 19 out 18

Boa, João! Parabéns à sua esposa! Grande feito! 👏👏👏👏 

Low carb, cetogénica ou carnivora? 

Não pergunto vegetariana a não ser que quisesses ficar viúvo.  

Vi agora os macros. 

Parabéns! :) isso caminho a passos largos para zero carb! ;) já agora, esse gráfico saiu do excel? 

Com este andar.... Posso me oferecer para cobaia... Ahah  

Já tens uma cliente. 

Não. Aparece só uma borbulhas e depois passa. Mas sinceramente às X fico sem saber o que comer. As couves brócolos., couve flor, galga, grelos fico com inchaço abdominal, obstipação. O pão massas arroz Feijão e grão idem e retenção líquidos. ..  

Ontem ao jantar fiz 3 Ovos com espargos. Acho que comi demasiada qt tb... Obrigada João pela disponibilidade  

Dá que pensar e muito! Tenho visto os vídeo do Dr. Lair Ribeiro. E com tanta informação mas por X não sendo a mais correta não sabemos o que acreditar. O principal é estar atento aos sinais do nosso organismo.  

Na minha opinião, isso não é verdade. De facto, vários estudos têm vindo a demonstrar que uma dieta pobre em fibras é um fator de risco importante no desenvolvimento de cancro colo-retal. No entanto, claro que os organismos são todos diferentes e pode haver quem a tolere melhor ou pior mas dizer que “não faz falta nenhuma” parece-me demasiado. 

João tenho um familiar farmacêutico em casa que não toma medicamentos e é "quase" vegetariana.. Nem tanto ao mar nem tanto à terra.. Equilíbrio  

https://www.wcrf.org/sites/default/files/CUP%20Colorectal%20Report_2017_Digital.pdf Esta avaliação foi desenvolvido o ano passado com dados de 29 milhões de pessoas. Fica um pequeno resumo aqui se não tiver interesse no artigo completo: https://www.medicalnewstoday.com/articles/319338.php  

Estudos observacionais não relacionam causa e efeito. Na página 9 diz que a carne têm "evidências prováveis" de causar cancro no cólon. 

Todas as conclusões têm um "provavelmente". 

Estudos observacionais não estabelecem relações de causa-efeito porquê? Isso seria negar muitas interações bem conhecidas, como por exemplo tabaco e cancro do pulmão. Em primeira análise estudos observacionais revelam a magnitude de associação e posteriormente com a devida análise, na ausência de viés e segundo os Critérios de Hill estabelecem-se relações causa-efeito.. Se analisar o forest plot da dose resposta à fibra consegue compreender porque é que isso acontece. O estudo de Park(2005) vai ter um peso superior devido ao número de indivíduos estudados, condicionando o resultado mas 6 em 9 dos estudos demonstram relação significativa. Mesmo com um intervalo de confiança a 95% temos (0,87-1,00) o que não me parece de descartar. Para não falar da plausibilidade biológica... 

Estudos observacionais levantam uma hipótese que poderá passar a estudo controlado. Se assim fosse também podíamos associar o aumento de consumo de gelados com os ataques de tubarão esquecendo que ambos estão relacionados com o verão.  

Como eu disse: "Em primeira análise estudos observacionais revelam a magnitude de associação e posteriormente com a devida análise, na ausência de viés e segundo os Critérios de Hill estabelecem-se relações causa-efeito." O exemplo que deu é um exemplo de viés de confundimento que foi aquilo que eu falei. Como deve imaginar, em medicina não se podem fazer muitos estudos controlados, hoje em dia. No século XIX, estudava-se a pelagra dando só milho aos prisioneiros e esperando que desenvolvessem a doença. Isso é algo impensável hoje em dia. Da mesma maneira não vai colocar 100 pessoas numa sala e dizer-lhes "olhe agora vocês vão fumar, sobre o nosso controlo, 50 cigarros por dia que é para depois nós vermos se vocês morrem mais por cancro de pulmão do que os que estão na outra sala sem fumar. É uma questão de ética e é por isso que hoje em dia a maioria dos estudos são observacionais, havendo uma série de cuidados quando são analisados, sendo o mais comum os critérios de Hill, como tinha referido. 

Não verifiquei o tipo de estudos dos artigos (casos e controlos ou coorte). No primeiro caso sim não faz sentido falar em risco relativo ou calcular incidência dada as proporções serem escolhidas pelo investigador, no segundo caso já faz, mas isso deverá ter sido tomado em conta numa investigação deste cariz, dado que é uma das mais básicas regras da epidemiologia. Apesar da ausência de controlo a amostra sofre processos de padronização e a sofisticação das técnicas permite hoje em dia excluir uma boa parte do enviesamento e com o desenvolvimento da data science os estudos observacionais trazem-nos um sem fim de oportunidades. Se optarmos por essa visão céptica em relação a tudo também poderia dizer que não acredito em RCT per protocol, ou que não são triple-blinded. E mesmo nesses já estão descritos outros efeitos como por exemplo o efeito de Hawthorne. A questão é que os estudos, independentemente do tipo, vão ter sempre uma taxa de erro e isso é inevitável. Agradeço o tempo dispensado e a leitura atenta. Talvez responda ao desafio uma ocasião destas. De facto, antes dos cereais, as fibras eram bastante menos abundantes na alimentação, mas a verdade é que também não temos registos para fazer um coorte retrospectivo sobre a incidência de CCR nos neandeartais ahaha 

Ai jesus... Ainda aí andam.. Já fiz 7 km... Ahah