Jornal de Diogo Ventura, 13 mai 19

Permito-me discordar e fazer outra questão: diminuiram a fruta é os hc? Eu como dt2 comecei a restringir os hc e a minha A1c baixou. Mas ao diminuir os hc não quer dizer que retire a fruta, são coisas distintas. Como quase sempre 1 kiwi ao almoço, morangos e outras bagas vermelhas, citrinos... Em quantidades moderadas, é certo, mas umas duas peças por dia 

Caro Diogo, embora me passeie, muito de quando em vez, aqui pelo FS, já não me dou ao trabalho de comentar. Se é verdade que quando me registei nesta aplicação nunca o fiz para contar calorias, não é menos verdade que a APP é um contador de calorias. Portanto, que cada um o use para contar aquilo que quer. Mas, quando se fala de diabetes e se mostra um estudo que, no caso, só pode ser uma encomenda da indústria farmacêutica /alimentar, eu atrevo-me, para o bem dos já diabéticos e de todos os outros que o irão ser, a contrapor a minha grande experiência e as evidências que tenho na família próxima (vários diabéticos com alimentação diferente e, obviamente, com melhor ou pior controlo da diabetes). Já agora convém esclarecer os nossos leitores, os que não sabem, que a hemoglobina glicosada (Hba1C), não é um marcador das hiperglicemias! É, isso sim, a média geral das glicemias nos últimos 3 meses. Soma hipers e hipos e faz a sua média. Para além de um neto diabético tipo 1 com, agora 10 anos, tenho na família chegada, vários diabéticos tipo 2. O neto tem a Hba1C a 5,6 e faz insulina. A mãe, minha filha, diabética tipo 2, tem Hba1C a 5,6 e não faz qualquer medicação. Ambos praticam uma alimentação Low Carb, comendo apenas uma pequena dose (+/-50g) de frutos vermelhos. Se os valores da Hba1C fossem levados à risca, nenhum deles era diabético, mas são! Também o meu marido é diabético tipo 2 e faz medicação oral (stagid). A sua Hba1C anda pelos 6,4/6,8. A grande diferença na alimentação do meu marido, está na quantidade/qualidade da fruta que ingere. 3 a 5 peças diárias. Depois há um cunhado que também é diabético tipo 2 e que faz uma alimentação dita "equilibrada", com alguns hidratos de absorção rápida, incluindo fruta. Tem a Hba1C a 8,00! Mais do que estudos e mais estudos, temos as evidências e muitos outros estudos que garantem que com uma alimentação cetogénica é possível não só controlar melhor a diabetes tipo 1 ou tipo 2, e controlá-la não é passar a vida em hipers seguidas de hipos, como ainda reverter as consequências, já instaladas, de uma diabetes mal controlada. Aconselho a que, a este propósito da diabetes/Hidratos de carbono, diz o Dr. Birnestein.  

Fui procurar o estudo (fiquei curiosa, confesso), e surgem-me muitas duvidas, até porque ambos os grupos foram sujeitos a consulta nutricional e sugestão de mudança de alimentação (bastava trocarem hc simples por complexos para influenciar a glicada, já que as fibras ajudam a manter os níveis de glicose mais estáveis). Por outro lado, as peças de fruta foram padronizadas para 10 g de HC e um grupo consumia até duas peças, outro pelo menos duas... No grupo de High fruit existiam mais suhjeitos a tomar antidiabéticos orais (68,75% dos sujeitos) do que no outro grupo (38,7%) Esta frase deixou-me um pouco confusa "A significant change in physical activity was seen in the high-fruit group (0.07 ± 0.02 PAL; p=0.005) but not in the low-fruit group (0.04 ± 0.03 PAL; p=0.19). However, there was no difference between the groups (0.04 PAL; p=0.31)." Posto isto, não é um estudo que me convença, acho qu seria um estudo pertinente se os HC da restante dieta fossem controlados e aumentassem depois a ingestão de fruta. Mas diferenças de 10 ou 20 g de HC diários por conta da fruta também não seriam assim tão impactantes no resultado final da A1C