Jornal de Diogo Ventura, 14 mai 19

Obrigada pela partilha ☺️ 

Ummm, fico confusa com o que eles afirmam: "descobertas da literatura animal sugerem que comportamentos semelhantes ao vício, como a compulsão alimentar, ocorrem apenas no contexto de acesso intermitente ao açúcar. Esses comportamentos provavelmente surgem do acesso intermitente a alimentos saborosos ou altamente palatáveis, e não aos efeitos neuroquímicos do açúcar.". Ou seja, assumem que existe uma compulsão alimentar no acesso intermitente, mas ainda não sabem se se deve ao teor de açúcar se ao facto de serem alimentos mais saborosos (mas será que não são mais saborosos por trem açucar?). A conclusão também não conclui nada: "Dada a falta de evidências que o apoiem, argumentamos contra a incorporação prematura de dependência de açúcar na literatura científica e nas recomendações de políticas públicas." Ou seja, pelo que depreendo, o estudo pretendia fundamentar (ou não) a inclusão do açúcar como uma dependência, e já se sabe, para classificar algo como dependência é preciso vários estudos e vários anos (veja-se o caso do tabaco). 

sugiro a leitura deste aqrtigo: Sugar Addiction: From Evolution to Revolution que até é mais recente (2018) e cuja conclusão é contrária (tradução google): "Finalmente, há fortes evidências da existência de dependência de açúcar, tanto a nível pré-clínico e clínico. Nosso modelo demonstrou que cinco dos onze critérios para DUS são atendidos, especificamente: uso de quantidades maiores e por mais tempo do que o pretendido, desejo, uso perigoso, tolerância e abstinência" 

Obrigado pela partilha!! Assim se vai entendendo como as coisas funcionam. Quando lemos um artigo, fica mais sucinto ler as conclusões finais. Mas só o devemos fazer quando conhecemos na íntegra o estilo e ética de trabalho dos autores. Eu já conheço estes autores do artigo que me enviou. O modelo que apresentam foi desenvolvido através de experiências controladas que se baseiam em apresentar doses abusivas e exclusivas de açúcar a ratos, seguido de privação alimentar. A partir da intermitência na ingestão alimentar combinada com a oferta a indiscriminada de açúcar os autores analisam os comportamentos dos ratos e concluem que se manifestam comportamentos e alterações cerebrais semelhantes aos casos de ingestão de drogas e depois, grosseiramente, generalizam que o açúcar aditivo. *** Acrescento ainda que a revisão de literatura que apresentei é esmagadora, com uma vastidão imensa de autores e estudos bem conduzidos, e que, curiosamente, cita os estudos destes autores que escreveram o artigo que partilhou comigo que por acaso, eu já conhecia.  

E cita outros tantos estudos em ratos...